sexta-feira, junho 03, 2011

Hipoadrenocorticismo (Doença de Addison)

Hipoadrenocorticismo é a deficiência da secreção de glicocorticóides, mineralcorticóides e esteróides adrenais gonadais pelo córtex da glândula adrenal. O córtex da adrenal fica reduzido praticamente à cápsula da glândula e a medula torna-se proeminente.

O hipoadrenocorticismo pode ser primário ou secundário. O primário, mais comum, se caracteriza pela atrofia adrenal bilateral. Essa atrofia pode ter várias causas, mas distúrbios auto-imunes ou iatrogênicos são frequentemente associados. O hipoadrenocorticismo secundário se caracteriza pela secreção deficiente de hormônio adrenocorticotrópico (ACTH) pela hipófise, podendo ainda ser classificado em natural ou iatrogênico. O natural decorre de inflamação, tumor, traumatismo e defeitos congênitos do hipotálamo ou da glândula pituitária. O iatrogênico, mais comum, decorre do tratamento prolongado com glicocorticóides, que leva à atrofia bilateral da adrenal.

Essa patologia é pouco comum em cães e rara em gatos, sendo mais freqüente em fêmeas e animais de meia idade. Os sinais são multi-sistêmicos e, muitas vezes, se confundem com os de outras doenças. A deficiência de glicocorticóides contribui para o surgimento de letargia, fraqueza e disfunções gastrintestinais; já a deficiência de mineralcorticóides resulta em perda de sódio, retenção de potássio, desidratação, tremores musculares e distúrbios cardíacos de condução elétrica, sendo esses os sinais clínicos mais comuns. Nos exames laboratoriais a hipercalemia, hiponatremia e hipocloremia são as alterações eletrolíticas clássicas em animais com hipoadrenocorticismo.

O prognóstico de cães com hipoadrenocorticismo é bom se o diagnóstico for rápido e preciso, se o tratamento da crise inicial e manutenção forem eficientes e se o animal, a partir do diagnóstico, for medicado ininterruptamente e monitorado periodicamente.

Sugestão de leitura para quem quiser saber mais: http://www.utp.br/medicinaveterinaria/jornadaacademica/HIPOA_EM_CAES.pdf

Imagens de cortes histológicos da adrenal atrofiada no hipoadrenocorticismo:
http://anatpat.unicamp.br/lamendo5.html

Autoria: Karin Regina Gabriel

5 comentários:

  1. Anônimo9:02 PM

    MInha cachorrinha foi diagnosticada com essa doença quando era ainda uma bebezinha.

    Os sintomas são bem esses mesmos embora eu nçao saiba se é secundário ou primario.

    Seri aimportante que os veterinários so menos lesse sobre isso, por que a levei em muitos até encontrar uma que suspeitasse da doença. A maioria nunca ouviu falar.

    Minha dúvida é que não gosto de ficar judiando da pequena, uma vez que o stresse desencadeia a crise da doença, então a levo ao médico para exames uma vez ano ano.

    Ess doença tem cura, ou apenas tratamento para sempre? diminue o tempo de vida do animal?

    Obrigada

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    1. Anônimo11:29 PM

      Olá, minha cachorrinha também desenvolveu essa doença, quando era ainda bebe. Hoje está com 4 anos
      É uma poodle.Muito boazinha.
      Também tento evitar qualquer situação de stress, desde tosa, até barulhos estranhos e também só a levo para o check up uma vez ao ano, pois isso também a stressa e pode desencadear a crise.

      Toma fludrocortisona todos os dias e meticorten uma ou duas vezes por semana.
      Também passei por vários médicos até chegar a um hospital que descobrisse a doença.Ela estava em coma.

      Fico preocupada com os efeitos colaterais que os remedios podem causar.
      A creatinina dela está um pouco alta, e isso pode comprometer os rins.

      Vamos tentando ajustar as doses. Mas que dá dó judiar isso dá.

      Boa sorte.
      Mara

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  2. Anônimo1:46 PM

    Tenho uma West Terrier, a 02 meses foi diagnostcada com Síndrome de Addison, estava com a pressão arterial em 4, quando um veterinário desconfiou e fez o teste para hipoadrenocorticismo.Começamos o tratamento com Florinefe e ela tem reagido bem, só em momentos de stress, como trovoadas e fogos ela desequilibra. O médico tem solicitado exames mensais e o gasto tem sido absurdo, tenho medo que em algum momento, não terei mais condições de manter o tratamento.

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  3. Anônimo2:41 AM

    Correção para o hipoadrenocorticismo iatrogênico, pois ele NÃO decorre de uso prolongado de glicocorticóides. Tal ação aqui citada, implicaria em um HIPERadrenocorticismo (Culminando em síndrome de Cushing) e não em HIPO.

    Acredito que você, Doutor, quis dizer retirada ABRUTA, sem o uso das reduções de doses para o abandono destes glicocortícóides, pois é sabido que uma brusca retirada propicia uma forte depressão do eixo Hipotalâmico-hipofisário-adrenal.

    Att., Duan.

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    1. Obrigado pelo comentário. Bem pertinente, Duan.

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