Na
medicina é comum a prática da autopsia para obtenção de respostas para casos de
enfermidades aparentemente sem solução, sendo também de grande importância na
busca da cura de câncer, por exemplo. Hoje em dia, o papel do legista tem
destaque na indústria de entretenimento, sendo explorada em filmes e seriados
(CSI, Bones, Dexter). A necropsia, como também é chamada, possui igual
importância na medicina veterinária. Por definição, é o exame realizado por um
profissional da área médica ou médico-veterinária, que consiste na análise dos
órgãos em busca de uma resposta a uma lesão ou causa da morte. É por muitos
considerada uma ciência por exigir um alto grau de conhecimento permitindo uma
maior intimidade com os processos infecciosos, parasitários e metabólicos que
acometem diferentes espécies, assim como é uma arte, pois requer destreza no
procedimento para que as condições sejam esclarecidas de forma eficaz. Por isso
é um método diagnóstico eficiente permitindo a compreensão dos dados clínicos
em comparação as lesões pós-mortais.
Para
exemplificar, quando um animal de estimação morre decorrente de uma doença
inexplicável o proprietário alimenta dúvidas acerca das causa mortis. A análise
geral dos órgãos e lesões permite um diagnóstico acurado e alívio da ansiedade
do proprietário. Com relação ao setor de produção animal, quando ocorre a morte
de muitos animais em um rebanho, o ato de necropsiar pode estabelecer a causa
como contagiosa ou não, o que de certa maneira alivia as tensões de um
produtor, auxiliando na tomada de ações curativas ou profiláticas. Considera-
se também que o profissional desta área pode atuar de forma a fiscalizar erros provenientes
de procedimentos cirúrgicos ou clínicos já que boa parte dos desvios profissionais
não reconhecidos pode tomar a forma de diagnóstico equivocado. Isso ajuda a evitar
o aumento de óbitos por métodos mal realizados, ou seja, é um controle de
qualidade.
Apesar
da importância deste processo diagnóstico, é uma técnica muito negligenciada no
meio veterinário. Estudos apontam que o medo da contaminação é um dos
principais fatores associados, fora fatos como desconhecimento ou despreparo
para realização da necropsia. E essa apreensão é alta principalmente em casos
de raiva ou até mesmo carbúnculo hemático. Porém medidas simples como a
utilização de equipamentos de proteção individual (luvas, óculos, máscara,
etc.) e cuidado no manuseio dos tecidos impedem a infecção.
O exame pós-morte ainda
é uma das melhores maneiras de comparação entre sinais clínicos com alterações
que não eram possíveis de visualizar durante a vida. A não realização da
necropsia não evidencia diagnósticos errôneos e por pressuposto a falta de
reconhecimento dos erros culmina com a sua constância, podendo ser levado a status de fato rotineiro. Além do que o
exame do cadáver abre um amplo espaço para coleta de material biológico para
posteriores análises que darão sustância a confirmação do caso. Texto de Alcides Branco, Residente em Medicina Veterinária da UFPR/Campus Palotina, área de Anatomia Patológica.
Prezados, boa tarde!
ResponderExcluirConheçam uma novidade em Veterinária:
http://dinolitebrasil.blogspot.com.br/2012/10/cases-medicina-veterinaria-fepi-dino.html
Muito interessante o seu blog.
Obrigada, abraços!