quinta-feira, novembro 22, 2012

A importância da necropsia



Na medicina é comum a prática da autopsia para obtenção de respostas para casos de enfermidades aparentemente sem solução, sendo também de grande importância na busca da cura de câncer, por exemplo. Hoje em dia, o papel do legista tem destaque na indústria de entretenimento, sendo explorada em filmes e seriados (CSI, Bones, Dexter). A necropsia, como também é chamada, possui igual importância na medicina veterinária. Por definição, é o exame realizado por um profissional da área médica ou médico-veterinária, que consiste na análise dos órgãos em busca de uma resposta a uma lesão ou causa da morte. É por muitos considerada uma ciência por exigir um alto grau de conhecimento permitindo uma maior intimidade com os processos infecciosos, parasitários e metabólicos que acometem diferentes espécies, assim como é uma arte, pois requer destreza no procedimento para que as condições sejam esclarecidas de forma eficaz. Por isso é um método diagnóstico eficiente permitindo a compreensão dos dados clínicos em comparação as lesões pós-mortais.
Para exemplificar, quando um animal de estimação morre decorrente de uma doença inexplicável o proprietário alimenta dúvidas acerca das causa mortis. A análise geral dos órgãos e lesões permite um diagnóstico acurado e alívio da ansiedade do proprietário. Com relação ao setor de produção animal, quando ocorre a morte de muitos animais em um rebanho, o ato de necropsiar pode estabelecer a causa como contagiosa ou não, o que de certa maneira alivia as tensões de um produtor, auxiliando na tomada de ações curativas ou profiláticas. Considera- se também que o profissional desta área pode atuar de forma a fiscalizar erros provenientes de procedimentos cirúrgicos ou clínicos já que boa parte dos desvios profissionais não reconhecidos pode tomar a forma de diagnóstico equivocado. Isso ajuda a evitar o aumento de óbitos por métodos mal realizados, ou seja, é um controle de qualidade.
Apesar da importância deste processo diagnóstico, é uma técnica muito negligenciada no meio veterinário. Estudos apontam que o medo da contaminação é um dos principais fatores associados, fora fatos como desconhecimento ou despreparo para realização da necropsia. E essa apreensão é alta principalmente em casos de raiva ou até mesmo carbúnculo hemático. Porém medidas simples como a utilização de equipamentos de proteção individual (luvas, óculos, máscara, etc.) e cuidado no manuseio dos tecidos impedem a infecção.
O exame pós-morte ainda é uma das melhores maneiras de comparação entre sinais clínicos com alterações que não eram possíveis de visualizar durante a vida. A não realização da necropsia não evidencia diagnósticos errôneos e por pressuposto a falta de reconhecimento dos erros culmina com a sua constância, podendo ser levado a status de fato rotineiro. Além do que o exame do cadáver abre um amplo espaço para coleta de material biológico para posteriores análises que darão sustância a confirmação do caso. 

Texto de Alcides Branco, Residente em Medicina Veterinária da UFPR/Campus Palotina, área de Anatomia Patológica.

terça-feira, novembro 13, 2012

A importância das alterações cadavéricas em Medicina Veterinária

As alterações cadavéricas são importantes por três aspectos fundamentais: diferenciar as alterações pré-existentes no cadáver (ou seja, aquelas que surgiram antes da morte) das alterações que se instalam após a morte; estimar pelas alterações pós-morte instaladas o tempo decorrido desde o óbito; e caracterizar alterações que sejam úteis na elucidação na causa da morte e que sirvam de elementos consistentes como provas ou evidências de como ocorreu essa morte. Portanto, tem muito valor em termos de medicina legal.

A Medicina Legal Veterinária vem crescendo no Brasil e hoje é oferecida como disciplina regular nos currículos de várias instituições de ensino superior.
Abaixo estão os links para os artigos de Bandarra e Sequeira (1999) referidos na aula de Alterações Cadavéricas.

Bandarra, E.P.; Sequeira, J.L. Tanatologia Parte 1. Revista de Educação Continuada do CRMV-SP v.2(1): 59-63, 1999.

Bandarra, E.P.; Sequeira, J.L. Tanatologia Parte 2. Revista de Educação Continuada do CRMV-SP v.2(3): 72-76, 1999.